O renomado cientista Sy Garte tem defendido que as descobertas mais recentes da biologia não contradizem a fé, mas apontam diretamente para a majestade de Deus. Em seu novo livro, Além da Evolução: Como Novas Descobertas na Ciência da Vida Apontam para Deus, lançado nos Estados Unidos pela editora Tyndale House, Garte mostra como ciência e fé não apenas podem coexistir, mas também se complementam.
Com uma longa carreira acadêmica e científica, Garte se tornou uma referência na discussão sobre a relação entre ciência e cristianismo. Ele reforça que a biologia moderna não enfraquece a crença no Deus Criador, mas, pelo contrário, oferece evidências que fortalecem a fé cristã.
Quem é Sy Garte
Para entender o peso das afirmações de Garte, é essencial conhecer sua trajetória. Ele já atuou como professor titular nas universidades de Nova York, Rutgers e Pittsburgh. Foi diretor de divisão no Centro de Revisão Científica dos Institutos Nacionais de Saúde e também vice-presidente interino de pesquisa na Uniformed Services University of the Health Sciences.
Além da vida acadêmica, Garte é cristão comprometido e coeditor da God & Nature Magazine, publicação da Afiliação Científica Americana que trata justamente da integração entre ciência e fé.
Essa combinação de experiência científica e compromisso cristão faz de Garte uma voz respeitada tanto no meio acadêmico quanto na comunidade religiosa.
O objetivo de seu novo livro
Em entrevista ao Christian Daily International, Garte explicou que escreveu o livro para tranquilizar os cristãos diante da alegação comum de que a teoria da evolução é incompatível com a fé bíblica.
Segundo ele:
- Muitos cristãos acreditam que precisam escolher entre ciência e fé.
- Essa ideia vem de uma visão reducionista do naturalismo científico.
- A biologia moderna, quando analisada profundamente, aponta para uma ordem maior, que revela a presença de Deus.
Para Garte, a mensagem central é clara: a ciência não destrói a fé, mas pode fortalecê-la.
Ciência e fé: uma relação complementar
Historicamente, muitos acreditaram que ciência e fé estavam em lados opostos. Mas Garte reforça que essa divisão é artificial.
“A ciência dominante da biologia não é apenas compatível com a fé cristã, mas é um forte indicador da majestade de Deus”, afirma.
Ele defende uma rejeição ao naturalismo reducionista, visão que limita a ciência apenas ao material e ao acaso. Para Garte, esse reducionismo criou obstáculos para o avanço científico e afastou a compreensão da complexidade da vida.
Biologia acessível a todos
Embora seja bioquímico com décadas de experiência em biologia molecular e genética, Garte escreveu o livro de forma acessível. Ele destaca que não é necessário nenhum conhecimento avançado de biologia para compreender suas ideias.
O objetivo é que cristãos comuns, estudantes e interessados em ciência possam perceber que as descobertas modernas não eliminam a fé, mas a reforçam.
As novas descobertas da biologia
Um dos pontos centrais do livro é mostrar como a ciência moderna traz conceitos que até pouco tempo eram rejeitados, mas que agora estão se tornando cada vez mais aceitos:
- Cognição: a capacidade de organismos vivos apresentarem comportamentos complexos.
- Caos e fractais: padrões matemáticos que revelam ordem em sistemas aparentemente aleatórios.
- Teleologia: a noção de propósito na biologia.
- Agência: a capacidade da vida de agir de forma direcionada.
Esses conceitos, segundo Garte, ampliam o entendimento da biologia e revelam uma estrutura subjacente que aponta para um Criador inteligente.
O papel da evolução
Garte não rejeita a teoria da evolução. Pelo contrário, ele afirma que a evolução é “inegavelmente válida”, mas precisa ser entendida sob uma perspectiva mais ampla.
Para ele:
- A seleção natural de Darwin não explica sozinha toda a complexidade da vida.
- A verdadeira base da biologia está na herança genética precisa e autorreplicativa.
- A teoria evolutiva moderna está em constante mudança e já não se resume ao neodarwinismo clássico.
Em suas palavras, a evolução não é contrária à fé cristã. Pelo contrário, pode ser interpretada como parte do plano divino para a vida.
Unindo os cristãos em torno da ciência
Outro objetivo de Garte é acabar com as divisões entre cristãos quando o assunto é a teoria da evolução. Ele considera que debates internos sobre aceitar ou rejeitar a evolução são contraproducentes e apenas enfraquecem a unidade da Igreja.
“A teoria evolutiva moderna é consistente com uma cosmovisão bíblica e pode ser usada como argumento apologético para um Deus Criador”, afirma.
Essa visão busca promover reconciliação entre ciência e fé, mostrando que os cristãos podem dialogar com a biologia sem abrir mão da Bíblia.
Implicações para a teologia cristã
As descobertas que Garte apresenta trazem implicações profundas para a fé cristã. Entre elas:
- Origem da vida: a biologia moderna sugere que a vida não é fruto do acaso, mas possui características que apontam para uma origem intencional.
- Excepcionalismo humano: a consciência e a racionalidade do ser humano continuam sem explicação completa pela biologia, reforçando a ideia bíblica de que fomos criados à imagem de Deus.
- Consciência: fenômeno complexo que não pode ser reduzido apenas a processos químicos, mas que reflete uma dimensão espiritual.
Respondendo aos céticos
Os críticos, especialmente aqueles que defendem uma visão estritamente naturalista, argumentam que a seleção natural é suficiente para explicar a vida. Garte responde que essa visão está ultrapassada e que a ciência moderna já aponta para algo além.
Ele reforça que:
- A biologia não está em guerra com a fé cristã.
- A evolução não é ateísta nem antibíblica.
- A teoria evolutiva pode ser interpretada em harmonia com a teologia cristã.
Um livro para cristãos e para todos os interessados
Garte espera que seu livro alcance não apenas os cristãos que têm dúvidas sobre ciência, mas também estudantes, professores e qualquer pessoa interessada em compreender a vida.
Segundo ele:
- Não há nada na biologia que entre em conflito com o cristianismo.
- O que sabemos sobre a vida fortalece a fé em Deus.
- A evolução não é um inimigo da fé, mas pode ser uma ferramenta para apologética cristã.
Uma mensagem de esperança
Em suas palavras mais recentes publicadas no Substack, Garte reforçou:
- A teoria da evolução não é ateísta.
- Ela não se opõe à Bíblia.
- A seleção natural é apenas um resultado, não o princípio mais importante da biologia.
Para ele, o momento é de encerrar a guerra entre cristãos sobre a evolução e reconhecer que a ciência pode ser um aliado poderoso na defesa da fé.
Conclusão
O trabalho de Sy Garte mostra que a verdadeira ciência não é inimiga da fé cristã. Pelo contrário, as descobertas mais recentes da biologia apontam para a ordem, propósito e majestade de Deus.
Seu livro Além da Evolução convida leitores a refletirem sobre como a vida revela, em cada detalhe, a marca do Criador. Mais do que um tratado científico, é um convite à reconciliação entre fé e ciência, duas formas complementares de compreender a realidade.
A mensagem final é clara: não há conflito entre a biologia moderna e o cristianismo. A vida, em toda a sua complexidade e beleza, continua sendo a maior evidência do poder criador de Deus.
